sábado, 29 de outubro de 2011

Reiko (Rodrigo) mais um “R” na estrada

Rodrigo e Eu estudamos juntos há uns anos atrás (2006/ 2007). Após o término do ensino médio, perdemos contato, o que nos uniu novamente, esse ano (2011), foram as 2 rodas. Trilheiro e apaixonado por motos, tínhamos muitos assuntos a colocar em dia. Até que, ao visitar esse blog, Rodrigo solta que foi sozinho de JF a Vitória da Conquista- Ba.
Em primeira mão e especialmente pra vocês a viagem nas palavras dele:

Eu: Você foi de JF a Vitória da Conquista?
Reiko: Poxa, eu fui.. Parei em Montes Claros.. 12 horas de viagem.. Acordei; Fui até Vitória da Conquista e depois desci até Porto Seguro. Fiquei 10 dias lá.
Fui de XTZ e sozinho. Melhor viagem da minha vida!
Eu: Já conhecia o caminho? Planejou a viagem?
Reiko: Não. Tinha 190 reais no bolso. Ainda fiquei 10 dias hospedado em Porto Seguro. Fui em Troncoso, Arraial D`Judá. Conheci o Rio São Francisco, vi as obras, são enormes. Fui sem jaqueta nem nada. Pessoal que me deu uma na estrada...
Eu: Caramba, foi quando?
Reiko: Ano retrasado. Ano passado eu fui a Trindade.
Eu: Mas me conta, como fez p traçar o trajeto?
Reiko: Eu não tinha trajeto não. Decidi viajar 2 horas da manhã, do nada.. Saí de casa ás 4:30 e peguei a BR 040 subindo..
Eu: Uai, mas como foi parar em Porto Seguro?
Reiko: Eu decidi conhecer Porto Seguro. Na verdade queria conhecer a praia de Itaoa na Bahia. Só que no meu mapa não tinha. Fui de balsa a Arraial d’ Juda. Depois fui de Vitória da Conquista para Porto Seguro.
Eu: Achou perigoso?
Reiko: Então.. pra cima de BH... Paraopeba.. é tudo assim..
Tem um trecho de mais ou menos uns 350 km que não tem posto de gasolina e que a população fica na beira de estrada roubando carga de caminhão. Eles vão fazendo buraco na estrada para passar de vagar e rouba os caminhões em movimento..
Por isso eu quis passar direto, sem parar.. levei uma garrafa com 2 litros de gasolina.. Meu pneu não furou..
Eu: Sobre a viagem?
Reiko: Só choveu na volta.. Atravessei o estado do Espírito Santo debaixo de uma chuva sinistra (todo o estado).. Mais de 12 horas de chuva.. chuva forte mesmo. Na época as estradas estavam horríveis.
Eu queria ir até Maceió ano passado. Só que ninguém animou de ir.
Depois dessa viagem eu mudei completamente em tudo.
Velho, te falar, no mapa Guia 4 Rodas, falava que as estradas aonde passei eram de asfalto, só que velho, não eram, uma poeira.

Indo para Salvador, encontrei um índio sozinho na BR, há uns 5 km de Porto Seguro, em uma cidade que eu esqueci o nome.
O sotaque dele era de índio mesmo e tals.. estava com uma mochila e bermuda..
Muito doido.

Conheçi o Ricardo Mauricio na Stock car.
Fui ao maior parque aquático da América Latina na Bahia.
Foi a primeira vez que eu comi acarajé, vatapá e essas paradas da Bahia.
Passei por uma ponte de madeira em uma cidade chamada Salta da Divisa.
Na volta passei em uma cidade que tem o encontro dos 3 estados.
Eu: Vamos arrumar um feriadão ai e meter o pé! Quanto de grana?
Reiko: Poxa, gasol gasta pouco e o pessoal na estrada ajuda. Grana acho que é o de menos. Levei pouca coisa.

Considerações finais: Passei por quatro estados: Minas, Bahia, Espírito Santo e Rio.
Quando passar pelo Vale do Jequitinhonha vai ver a pobreza. Agora eu não sei como está, por que o governo diz que deu casa e luz para todos lá.
Mas vou te falar, quando eu fui.. é muita pobreza..


É um prazer reencontrá-lo e sou grata por compartilhar sua grande aventura comigo!
Grande beijo, e logo logo... São Luis- Ma

terça-feira, 7 de junho de 2011

A vida sobre duas rodas...uma questão de equilíbrio.


Minha afinidade com as "duas rodas" começou aos seis anos de idade, quando ganhei minha primeira bicicleta (Caloi Ceci), em apenas dois dias aprendi a me equilibrar sem auxílio de rodinhas. Eu não sabia, mas ali surgia uma grande história de amor..rsrs...
O tempo passou e a bike foi evoluindo, juntamente com minha vontade de pedalar. Participei de campeonatos, ganhei alguns títulos, viajei.. resumindo, pedalei, e pedalei muito! Só que com o tempo, a gente cresce e as obrigações triplicam, quando percebi, a bike estava parada. Não havia mais tempo para ela, intercalar trabalho noturno com faculdade de "tempo integral" não é mole. Mas a vida off road me fazia falta. Ah, e como fazia! Então decidi que precisava de algo que passasse nos mesmos lugares da bike, só que com mais velocidade e que não exigisse tanta dedicação em treinos de resistência. Foi aí que a Tem Tem entrou na minha vida.
Tem Tem é uma DT200R preparada para trilha. Foi o casamento perfeito!
Eu não sabia, mas em poucos meses entraríamos para a história. Com apenas 4 meses de pilotagem (comprei a moto sem saber pilotar) me inscrevi no Ibitipoca Off Road, um dos enduros de regularidade mais duros do país. Para a minha felicidade, fui a primeira mulher em 20 anos do Rally a correr de moto. Conclusão: Eu e TEM TEM entramos para as manchetes de jornais e alguns canais da TV (SporTv, MGTV- duas vezes, jornal Tribuna de Minas, Sites (SUPREMA, MotoRaid) e alguns jornais de faculdades). Mais uma vez, minha rotina mudou e a TEM TEM acabou ficando um pouco de lado. Eu ainda a tenho, mas não a piloto com tanta frequência.
Foi aí que, por uma questão de necessidade e adequação a rotina, entrou a "Preta", uma Bros ESD 150cc. Que será minha companheira nessa longa viagem (além do Rafa- É CLARO! rsrs).

segunda-feira, 6 de junho de 2011

"Não basta ser rasta..."


A banda Tribo de Jah hoje, é minha principal referência no cenário do Reggae Nacional. Não se trata apenas um grupo de amigos que se juntam, formam uma banda, e se dizem "Rasta". A Tribo tem história ou melhor, tem essência! A história da banda iniciou-se na Escola de cegos do Maranhão onde se conheceram os quatro músicos cegos e um quinto músico com visão parcial (apenas em um olho), começaram a desenvolver o gosto pela música improvisando instrumentos e descobrindo timbres e acordes. Posteriormente passaram a realizar shows nos bailes populares da capital (São Luís-MA) e outras cidades do interior do estado fazendo covers de seresta, reggae e lambada. Foi neste momento que surgiu o radialista Fauzi Beydoun (Guitarra base, Vocalista e Compositor), nascido em São Paulo- (informações retiradas do site oficial da banda).
A música "Não basta ser rasta", na minha opinião, resume bem o que a Tribo representa hoje no cenário musical além de expor a verdadeira essência de um rastafari.
Principalmente o trecho que diz:
"Não basta ser rasta,
É preciso ser puro em seu coração
Não basta ser rasta, não
Pra obter graça é preciso perdão
Não basta ser rasta
É preciso estar certo da convicção
Não basta ser rasta, não
É preciso ser justo em sua razão..."
Rastafari é um movimento, uma ideologia. Ser Rasta, para mim, é ter voz ativa, lutar contra diferenças sociais, preconceitos, ser guerreiro, justo. Enfim, as letras da banda tem grande influência em meu dia a dia e me ajudam a manter um equilíbrio e uma visão mais otimista da vida.

Tribo, aí vamos nós!

domingo, 5 de junho de 2011

"Essa viagem é nossa!"



Ao contrário do que parece, a decisão de realizar essa viagem, não foi baseada no filme "Diários de Motocicleta" que relata a grande aventura realizada por Ernesto Che Guevara e seu amigo Alberto Granado. Mas confesso que, assistir ao filme me deu um entusiasmo a mais, no que antes, parecia ser um sonho distante.
Tenho contato com algumas pessoas que viajam em grupo a bordo de motocicletas. Seria bastante conveniente me juntar a eles e "sair viajando". Mas sinceramente, não é isso que busco. Não quero coisas fáceis, prontas, já programadas por outras pessoas. Quero Eu mesma, organizar tudo, desde os Km da viagem, as cidades em que iremos parar, aonde dormir, preços de combustível, o que levar, roupas, bagagens, hospedagem e mais um milhão de coisas....
Resumindo, quero uma viagem com a minha cara, ou melhor, com a cara "dos" Rafa's.
Programar uma viagem dessa proporção e nas condições em que queremos ir, requer muito trabalho, pesquisa, contatos e paciência. Mas é, ao mesmo tempo, muito prazeroso!
Traçar rotas, calcular os Km que pretendemos percorrer por dia, o tempo gasto, só faz aumentar a ansiedade para o dia em que partiremos.
Essa é a essência, é isso que faz com que ao final das contas nós possamos dizer, de "boca cheia": "Essa viagem é nossa!"

sábado, 4 de junho de 2011

A parceria....


Escolher um parceiro de viagem, talvez seja uma das etapas mais delicadas. As pessoas que viajam juntas à grandes distâncias, tem que estar conscientes de que serão submetidas a grandes momentos de stress, muitas vezes causados por cansaço, fome, desgaste físico e mental.
Se os integrantes da viagem não tiverem um mínimo de sintonia, toda a programação pode ir por água a baixo. É importante, avaliar o grau de afinidade, os interesses, a resistência e os objetivos.
Ao pesquisar personalidades, gostos e afinidades, não encontrei pessoa melhor que o Rafa. Nos conhecemos há mais de 6 anos, temos uma personalidade um tanto quanto compatível e surpreendentemente a mesma vontade de viajar a bordo de motocicletas. O lugar sugerido por mim foi muito bem aceito, devido ao fato de sermos grandes admiradores do Reggae Music.
São Luis-Ma é considerada hoje, a Jamaica brasileira ou a Capital brasileira do Reggae, devido aos espetáculos ao ar livre semelhantes aos sound systems jamaicanos.
Enfim, só posso dizer que estamos animadíssimos com a viagem, e que esta vem sendo programada dia a dia....

Rafaele Oliveira

O ponto de partida